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terça-feira, julho 10, 2012

Sulfato de Magnésio para traumatismo craniano: proteção ou dano?

Lancet Neurology 2007; 6: 29 – 38

Os traumatismos crânio encefálicos (TCE) são responsáveis por graves danos ao sistema nervoso central, implicando em seqüelas muitas vezes irreversíveis. Dessa forma, vários estudos têm sido promovidos para a elaboração de um tratamento eficaz para esse tipo de trauma. Uma dessas pesquisas foi realizada por pesquisadores de Seatle, Nova Iorque e Filadélfia nos Estados Unidos. Seus resultados foram publicados na revista Lancet Neurology.

Os estudiosos procuraram avaliar se o uso de sulfato de magnésio nas primeiras horas pós-traumatismo craniano e seu uso contínuo nos cinco dias subseqüentes a ele, influenciaria favoravelmente no tratamento das lesões ocasionadas ao sistema nervoso central em pacientes que sofreram esse tipo de trauma.

Para a realização dessa pesquisa, foi feito um estudo duplo–cego com 499 pacientes, admitidos em um centro de referência para o tratamento de trauma, com idade maior ou igual a 14 anos e que sofreram TCE moderado a severo, no período de agosto de 1998 a outubro de 2004. Os pacientes receberam duas doses de sulfato de magnésio ou placebo, 8 horas após a lesão e durante cinco dias consecutivos.
Avaliou-se a mortalidade e seqüelas relacionadas ao traumatismo craniano e ao tratamento empregado. Além disso, foram posteriormente realizados testes para a identificação da extensão das lesões e averiguação da função neuropsicológica dos indivíduos, no seis meses consecutivos ao trauma.

Como resultado, verificou-se que aqueles pacientes que receberam baixas doses de sulfato de magnésio apresentaram pior evolução, comparativamente aos que receberam placebo, ocorrendo maior prejuízo quanto maior a dose administrada. Além disso, observou-se uma ocorrência maior de edema de pulmão e insuficiência respiratória, naqueles pacientes que receberam sulfato de magnésio.

Portanto, o sulfato de magnésio não acrescenta qualquer benefício como protetor neurológico para os pacientes que sofrem traumatismo craniano, não devendo, portanto, ser utilizado.

 

Fonte: Equipe Editorial Bibliomed

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