UTI - Cuidado humanizado do paciente crítico.

sábado, fevereiro 21, 2009

THE CHECKLIST

Esse artigo foi publicado na revista The New Yorker em 2007. O autor começa com a descrição de uma criança de três anos que ficou submersa na água gelada dos Alpes por quase quarenta minutos, sendo resgatada em hipotermia grave e em estado desesperador - foi necessário reaquecimento meticuloso, circulação extracorpórea, monitorização da pressão intracraniana e diálise - e como estamos envolvidos em complexidade dentro da medicina intensiva sem nem ao menos nos darmos conta.

A cada dia, nos EUA, 90.000 pessoas estão internadas em terapia intensiva. Em média, 178 ações são realizadas em cada paciente por dia por médicos e enfermeiros. Se apenas 1% dessas ações for errônea, são cometidos 2 erros/paciente/dia. Em uma conta simples, podemos esperar 180000 erros/dia em pacientes de terapia intensiva nos EUA.

Em Outubro/1935 no Campo Aéreo Wright em Dayton, Ohio, houve um vôo de demonstração do modelo 299 da Boeing - que seria o B-17. A demonstração seria apenas figurativa, porque o avião era tão superior aos concorrentes que era certa a sua compra pelo exército dos EUA. Logo após a decolagem, o avião caiu, matando 2 dos 5 tripulantes, incluindo o piloto. Por que? Porque era tão complexo, tão cheio de comandos e ações, que tornou-se impossível para um piloto dar conta de todas essa complexidade dentro do avião. A Boeing quase foi a falência após esse episódio.

A partir disso, foi instituído um checklist com orientações padronizadas de decolagem, vôo e aterrissagem. Após o início do checklist, os pilotos puderam voar mais de 2.896.819 Km sem um único acidente.

Será que a medicina intensiva já não entrou na sua fase B-17? Quanta complexidade um profissional de saúde pode lidar sem causar erros? E sob pressão, cansaço, stress? Qual o grau de iatrogenia que estamos causando aos nossos pacientes por não adotar práticas padronizadas?

E, apenas para concluir, a menina vítima de hipotermia sobreviveu sem seqüelas - em grande parte, graças a adoção de um recém-instituído checklist para tratamento de pacientes vítimas de hipotermia grave.


Cássia Righy



quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Projeto sobre Cooperativas de Trabalho

Senadora recebe entidades para discutir o tema


A senadora Serys Slhssarenko (PT-MT) recebeu nesta terça-feira (10/02) a Comissão de Cooperativismo Médico do Conselho Federal de Medicina. A Comissão - composta pelo CFM, Fenam e AMB - solicitou uma agenda de trabalho para discutir o PLC 131/2008, que dispõe sobre a organização e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho.

O coordenador da Comissão, Hiran Gallo, destacou a receptividade da senadora em dialogar com as entidades médicas, colocando a sua assessoria para discutir o projeto como um todo.

Atualmente no Brasil estima-se que mais de 150 mil médicos estejam ligados às cooperativas de trabalho médico.

Fonte: Conselho Federal de Medicina - CFM

Em: 13/2/2009

Regionais e Cooperativas

Parceria bem sucedida

Duas cooperativas de médicos, que unem e coordenam os meios e os esforços de cada indivíduo para realização da atividade comum, visando a alcançar um resultado procurado por todos, mantêm ótimas parcerias com sociedades regionais da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). É o caso da Cooperativa dos Médicos Intensivistas do Espírito Santo (COOPERATI), que atua em conjunto com a Sociedade Espírito Santense de Terapia Intensiva (SOESTI), e da Cooperativa Amazonense de Terapia Intensiva (COOPATI), parceira da Sociedade Amazonense de Terapia Intensiva (SATI).

A Dra. Dyanne Dalcomune, presidente da SOESTI, explica que a COOPERATI é uma prestadora de serviços de Terapia Intensiva Adulto para a Secretaria de Saúde do Espírito Santo. "O fato de sermos organizados em forma de cooperativa poupa o estado de uma série de despesas com realização de concursos públicos, pagamento de férias, décimo terceiro e outras obrigações trabalhistas. Por outro lado, conseguimos uma maior remuneração pelo serviço prestado". Segundo ela, todo cooperado precisa estar inscrito e quite com a AMIB/Soesti, proporcionando fortalecimento mútuo. "A SOESTI tenta incentivar a atualização científica, promovendo cursos, workshops e jornadas e estimulando a aquisição do título de especialista AMIB, o que realmente gera diferencial entre o médico que faz Terapia Intensiva daquele que verdadeiramente é intensivista", complementa.

Para o Dr. Jorge Luiz Potratz, presidente da COOPERATI, a parceria visa ainda a agregar o maior número de intensivistas, a tentar uniformizar os rendimentos da classe e a uma maior qualidade dos profissionais, uma vez que a SOESTI está diretamente relacionada com a AMIB, que prioriza esse trabalho de incentivo, por meio de eventos, revistas e cursos. "A vantagem principal é o fato de que o médico precisa estar inscrito regularmente e quites com a AMIB, por meio da SOESTI, previsto no estatuto da cooperativa, temos o controle real desta situação, alem de proporcionar uma relação mais direta e rápida com todos os acontecimentos (eventos, cursos, literatura, etc) pela associação. A cooperativa luta também para que a totalidade de seus associados seja titulado na especialidade. Além disso, a COOPERATI e a SOESTI utilizam o mesmo espaço físico, facilitando muito essa relação de compartilhamento".

O médico conta ainda que cerca de 80 % dos associados da regional são cooperados, mantendo tanto a força da cooperativa quanto da SOESTI. "A COOPERATI garante o pagamento da anuidade AMIB em tempo real de todos os seus cooperados, possibilitando a redução da inadimplência, sendo que, posteriormente, o valor é descontado em três parcelas dos cooperados, que podem, assim, participar democraticamente das decisões da cooperativa, uma vez que é pré-requisito para as principais deliberações da mesma (eleições, etc). A COOPERATI ainda participa com incentivo financeiro mensal para a SOESTI, estimulando a parceria", acrescenta o Dr. Potratz.