UTI - Cuidado humanizado do paciente crítico.

terça-feira, maio 24, 2011

Mudanças para a Prova de Título 2012

A Assembleia de Representantes da AMIB acontece duas vezes por ano. Em 2011, a primeira ocorreu em 16 de abril, em São Paulo, e reuniu 47 intensivistas representando as 25 Regionais do país. "Esse é um momento importante para que todos possam se pronunciar e apresentar as necessidades e decisões de seus associados", explica Dr. Fernando Machado, primeiro Secretário da AMIB.

Durante esses encontros, vários temas são colocados em plenária para uma discussão aberta para que, logo em seguida, sejam votados. Na última reunião, um dos temas discutidos e colocado em votação, conforme já anunciado, foi os novos critérios para a Prova de Título de Especialista para o ano de 2012. Com 73% de aprovação, foi definido que o critério para inscrição de candidatos sem residência médica em Medicina Intensiva pelo MEC ou pela AMIB (especialização) será modificado. O próximo passo, agora, é a elaboração do Edital que contemple esse requisito para que seja encaminhado para a aprovação da AMB (Associação Médica Brasileira).

O presidente da AMB, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, esclarece sobre a importância da Residência Médica para as especialidades. "No Brasil, infelizmente, ainda temos diversas alternativas para obtenção do título de especialista. Este importante documento certifica quem o possui como alguém qualificado para exercer determinadas áreas da Medicina. A qualificação exige conhecimentos, atitudes e habilidades. Um conjunto que só pode ser obtido com estudo, trocas de experiências e atividade clínica sob supervisão. A residência é uma forma consagrada de especialização e permite que esses três aspectos da formação sejam atendidos. Assim, entendo que é fundamental para qualidade e segurança da atenção médica, que os especialistas sejam preparados em programas que tenham essas características. Dessa forma, a população, o médico e a Medicina se valorizam. Não acredito que a obrigatoriedade da realização de estágio e treinamento sob supervisão e orientação diminua o interesse pela especialidade. Pelo contrário, creio que aumentará o respeito da sociedade pelo médico intensivista".

O presidente Futuro da AMIB explica, ainda, que em 2002, quando a Medicina Intensiva foi definida como especialidade pela AMB, já havia sido assumido o compromisso que seriam cinco anos de prazo para que esse critério fosse adotado. "Somente agora estamos colocando na prática. Esperamos que com esta definição, a formação pela residência médica em Medicina Intensiva seja mais valorizada, assim como os residentes e a própria especialidade", reforça.
Assim como a RDC 07 (Recomendações da Anvisa para o funcionamento de uma UTI), a mudança de critério para a obtenção do Título de Especialista em Medicina Intensiva foi uma ação de defesa profissional importante para a especialidade. "É fundamental esclarecer que a análise do cenário fez com que colocássemos o tema em discussão e votação", diz o médico intensivista Dr. José Mario Teles.

Dr. Ederlon Rezende (SP), presidente atual da AMIB, diz que há no país cerca de 150 centros formadores em Medicina Intensiva Adulto e Pediátrica, suficientes para atender a demanda de novos residentes. Uma das principais razões que levaram a Diretoria da AMIB a propor à Assembleia de Representantes o novo critério para titulação é que não é justo que a exceção continue, permitindo o acesso à prova de título por outro caminho que não a melhor formação recomendada pela AMIB.

"Entendam que esta mudança não significa que nossos colegas que se dedicam as cerca de 2.350 UTIs espalhadas pelo Brasil, que não fizeram residência em Medicina Intensiva, deixarão de trabalhar, ou ser importantes. Não há na maioria dos países do mundo UTIs que tenham em seus quadros apenas especialistas em MI. No Brasil não será diferente", diz o presidente da AMIB, Dr. Ederlon Rezende.

Hoje, estima-se que cerca de 20 mil médicos atuam nas UTIs, sendo que, entre 3.500 e 4.000 são especialistas. O Censo AMIB Qualitativo está sendo finalizado e os resultados parciais indicam que em mais de 90% das UTIs, pelo menos o responsável técnico é um especialista. "Vamos exigir o cumprimento da RDC 7, vamos solicitar parecer ao CFM, reconhecendo como UTI apenas as unidades cujo responsável técnico seja um especialista em Medicina Intensiva AMIB/AMB", diz o atual presidente da AMIB.

É importante lembrar que os critérios para a Prova de Título desse ano (2011), que acontecerá durante o XVI CBMI (Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva), de 9 a 12 de novembro, em Porto Alegre, não sofrerão alterações. Acompanhe a publicação do Edital e data para inscrição no site da AMIB. www.amib.org.br

Fonte: AMIB

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