A vasopressina (VP) também pode ser usada na Reanimação Cardio-Pulmonar (RCP). As recomendações mais recentes da American Heart Association Advanced Cardiac Life Suport Guidelines trazem a VP como opção à primeira ou segunda dose de epinefrina (40 UI IV). A última atualização, entretanto, foi publicada em 2005, antes dos trabalhos mais recentes sobre a droga. A VP tem vantagens teóricas, já que não aumenta o consumo cardíaco de oxigênio e seus receptores não são afetados pela acidose. Em contrapartida ela não é um estimulante cardíaco. Dois estudos randomizados anteriores mostraram sobrevida semelhante com o uso de VP e epinefrina (EP), um em parada cardio-respiratoria (PCR) intra-hospitalar (Stiell et al) e e outro em PCR em ambiente não hospitalar (Wenzel et al). Esse último, entretanto, sugeriu uma superioridade da VP quando o ritmo da PCR era assistolia.
Em julho de 2008 foi publicado um estudo francês, multicêntrico e randomizado, com 2894 pacientes: o Vasopressin and Epinephine vs. Epinephrine Alone in Cardiopulmonary Ressucitation. Após a randomização, os pacientes recebiam 1mg de EP seguida de 40UI de VP ou placebo, de acordo com o grupo. Se a circulação efetiva não era estabelecida em 3 minutos, repetia-se a mesma combinação de drogas. E, se ainda após mais 3 minutos não houvesse retorno da circulação, administrava-se “open-label” epinefrina a critério do médico assistente. O desfecho primário foi sobrevida até admissão hospitalar e os desfechos secundários foram retorno da circulação efetiva, sobrevida até alta hospitalar, recuperação neurológica e sobrevida em 1 ano. O estudo foi desenhado para obter um poder de 90% para detectar uma melhora de 25% no grupo da intervenção em relação ao desfecho primário. Mil quatrocentos e quarenta e dois pacientes receberam VP associada a EP e 1452 receberam apena EP. Nenhum efeito adverso relacionado ao tratamento foi relatado. Os grupos foram semelhantes com exceção de um número maior de homens no grupo da terapia combinada (p=0,03).
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