UTI - Cuidado humanizado do paciente crítico.

terça-feira, setembro 29, 2009

CURSO DE NEUROINTENSIVISMO

Educação Médica Continuada - CREMERO
Curso de Neurointensivismo
Dia: 24 de Outubro
Local: Auditório do CREMERO
Horário: 8 às 19 horas
Palestrantes: Dr. Eduardo Paranhos (RJ) e Dr. Jorge Paranhos (BH)
Apoio: SOTIRO

terça-feira, setembro 22, 2009

Profissionalismo médico


Um trabalho publicado este mês por Fasce et al. (2009) trata sobre "profissionalismo médico".

O tema profissionalismo médico tem recebido crescente interesse na literatura, fato demonstrado pelos 2.677 artigos indexados pela Medline até setembro de 2008, dos quais 1.688 (63%) foram publicados nos últimos dez anos e 1.096 (41%), nos últimos cinco anos.

Há uma extensa literatura que visa estabelecer uma definição adequada do termo, identificando que atributos melhor o caracterizariam. Quais seriam os atributos do "bom médico"? E quais seriam as formas de identificar e integrar conteúdos sobre profissionalismo no ensino e na avaliação de estudantes de graduação em Medicina?

Os referidos autores afirmam que o Medical Professionalism Project (referência abaixo), cujas principais conclusões foram publicadas nos Annals of Internal Medicine em 2002 (com a participação da American Board of Internal Medicine, do American College of Physicians, American Society of Internal Medicine e a European Federation of internal Medicine), apresentando-se os atributos requeridos para o que denominam de profissionalismo médico.

Profissionalismo médico foi considerado na referida publicação como "o conjunto de responsabilidades profissionais, tais como uma atualização constante, honestidade e confidencialidade, relação adequada com pacientes, familiares e membros da equipe de saúde, e busca constante em melhorar a qualidade de atendimento."

Então, Fasce et al (2009) resolveram realizar uma pesquisa com médicos e estudantes de Medicina chilenos sobre esse constructo. Entrevistaram 104 médicos (por e-mail) e 47 alunos de Medicina (primeiro ano) em entrevista direta de grupo, através de um teste de associação livre sobre os atributos que seria atribuir a "um bom médico".

Os dados foram processados de acordo com a disponibilidade do modelo lexical (LAM), que prevê análise quantitativa e qualitativa.

Os autores verificaram que os atributos com pontuações mais elevadas entre os médicos foram honestidade, atualização acadêmica regular, competência, ética, amabilidade e empatia (figura 2 abaixo: retirada do texto do artigo de Fasce et al. [2009]). Entre os estudantes, os atributos selecionados foram altruísmo, empatia, ética, excelência, responsabilidade, amabilidade e competência (figura 1 abaixo).

Os resultados quantitativos obtidos foram expressos como coeficientes numéricos denominados índices de disponibilidade léxica (IDL). Os coeficientes com valores mais altos indicam que tais atributos foram citados con maior frequência e ocuparam as posições mais altas na listagem.

Uma concordância geral foi encontrada entre os médicos e os estudantes, excetuando o fato de se considerar que a atualização acadêmica regular como o atributo importante pelos médicos.

"A excelência implica um esforço consciente para superar as expectativas habituais e um compromisso para a aprendizagem continua, por toda a vida ". Portanto, esse componente corresponde à capacitação contínua.


Os autores concluíram que os atributos que os médicos e estudantes de medicina avaliaram como essenciais são concordantes em grande parte. No início do curso de Medicina, os estudantes têm uma abordagem mais humanista da futura profissão.

Scliar (2005) escreveu: "O bom médico é aquele que refaz, mesmo sem o saber, a trajetória da medicina através dos tempos. Como Hipócrates (460-377 a.C.), sabe que a vida é curta mas a arte é longa; sabe qua a ocasião é fugidia, a experiência, enganadora, o julgamento, difícil. Em suma: sabe que doença representa um extraordinário desafio, tanto em termos de conhecimento quanto de equilíbrio emocional." (...) "O bom médico sabe, como o francês Ambroise Parré (1510-1590) que curar é mais do que intervir; curar como diz a origem latina da palavra, significa cuidar."

Continuando com Scliar (2005): "O bom médico sabe, como o inglês Thomas Sydenham (1624-1689), que a enfermidade tem certa lógica, segue aquilo que se pode chamar de uma história natural, que aos poucos, e seguindo um trajeto mais ou menos previsível, transporta a pessoa para outra realidade, a realidade da doença" (...) "O bom médico sabe, como o alemão Rudolf Virchow (1821-1902), que a doença deve ser procurada não apenas no que é visível, mas também ali onde os olhos não enxergam". (...) "O bom médico, como o judeu austríaco Sigmund Freud (1856-1939), que é preciso ter coragem de defender as próprias convicções (como aquelas sobre a existência do inconsciente, mesmo quando elas se chocam com os preconceitos e as idéias preestabelecidas. O bom médico sabe, como o brasileiro Oswaldo Cruz (1872-1917), que é preciso enfrentar a doença na população, mesmo trabalhando na complicada fronteira entre medicina e política"

E conclui: "O bom médico talvez não seja tão famoso como Hipócrates ou Parré, quanto Sydenham ou Virchow, quanto Freud ou Oswaldo Cruz; mas para seu paciente, para a comunidade da qual cuida, ele é a própria medicina, ciência e arte."

Referências
ABIM Foundation. American Board of Internal Medicine; American College of Physicians-American Society of Internal Medicine; European Federation of Internal Medicine. Medical professionalism in the new millennium: a physician charter. Ann Intern Med. 136 (3):243-6, 2002.
American Board of Internal Medicine Project Professionalism. Disponível em: abim.org/pdf/publications/professionalism.pdf. Acesso em: 12 set 2009.
FASCE, E. et al. Professionalism of physicians from the point of view of physicians and students. Rev. méd. Chile 137 (6): 746-752, 2009.
SCLIAR, M. O olhar médico: Crônicas de Medicina e Saúde. São Paulo: Agora Ed., 2005.


quinta-feira, setembro 17, 2009

Exposição ocupacional à radiação ionizante em ambiente hospitalar

Saúde e Trabalho

Rita de Cássia Flor
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.

O trabalhador de saúde encontra-se exposto a diversas cargas de trabalho no ambiente hospitalar, entre elas a carga física de radiação ionizante, objeto deste estudo, o qual foi realizado em um hospital público de Santa Catarina, em uma abordagem qualitativa. O objetivo deste estudo foi analisar o processo de trabalho com trabalhadores expostos à radiação ionizante na Unidade de Terapia intensiva (UTI) neonatal e geral, no centro cirúrgico e no setor de diagnose complementar, assim como construir com os trabalhadores medidas de radioproteção de acordo com o contexto de trabalho encontrado. O referencial teórico está composto pela teoria do processo de trabalho aplicado à saúde, a qual dá sustentação ao estudo do trabalho com radiação ionizante e suas cargas de trabalho e ao processo saúde doença no uso das radiações ionizantes na saúde. A metodologia fundamentou-se nos pressupostos do Modelo Operário Italiano (MOI), ou seja, a valorização da experiência e subjetividade dos trabalhadores, a validação consensual das informações, a formação dos grupos homogêneos e a não delegação da produção do conhecimento. Seguindo esses pressupostos foram constituídos quatro grupos homogêneos, perfazendo o total de 32 participantes que responderam a uma entrevista coletiva, seguida de análise documental e de monitoração das áreas estudadas. Os resultados mostraram que os profissionais de saúde dos setores pesquisados expõem-se às radiações ionizantes, devido, principalmente, às condições dos clientes que necessitam de avaliação constante da função respiratória mediante exames radiológicos nos leitos, assim como pela assistência em determinados procedimentos, como instrumentar e auxiliar em cirurgias ortopédica e urológica guiada por equipamentos emissores de radiação, bem como pela falta de conhecimento no que tange à radioproteção. Diante dessas constatações foram validadas pelos grupos homogêneos medidas de prevenção a essas exposições de modo a minimizar possíveis efeitos biológicos das radiações ionizantes. Assim foram sugeridos: colocação de biombos de chumbo na UTI geral, no centro cirúrgico e na UTI neonatal; implantação de programa de educação permanente com temas relativos à radioproteção; controle ocupacional semestral como preceitua a legislação para os profissionais expostos à radiação ionizante; contratação de um profissional físico nuclear para tratar dos assuntos referentes à radioproteção na instituição; monitoração individual dos trabalhadores do centro cirúrgico; rodízio com as equipes de cirurgias ortopédicas e urológicas e, por fim, que seja avaliada, periodicamente, a necessidade dos exames radiológicos nos leitos, em conjunto com os trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente nessa exposição.


sexta-feira, setembro 04, 2009

10 de Novembro - Dia do Intensivista

Após trabalho junto à Câmara dos Deputados, a AMIB conquistou mais uma vitória: oficializar o dia 10 de novembro como o Dia Nacional do Intensivista. O Projeto de Lei 6367/2005 é de autoria do deputado Rafael Guerra e tem como relator o também deputado Eduardo Seabra. A justificativa apresentada pelo autor reforça a missão da entidade de buscar a valorização da especialidade junto à classe médica e à população em geral. "Essa é a primeira grande vitória da nossa campanha Orgulho de Ser Intensivista, que ainda tem como meta a desmistificação da UTI como um local de terminalidade e sim de proteção", diz Álvaro Réa-Neto, presidente da AMIB.

"Homenagear os médicos intensivistas que desempenha tarefas nas Unidades de Tratamento Intensivo - UTIs é uma forma de destacarmos a atividade profissional, a dedicação e a importância deste segmento para a nossa sociedade", diz o texto. Ainda na justificativa, foi apresentada a história da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, fundada em 10 de novembro de 1980. "Esta entidade busca sempre a excelência na capacitação e qualificação profissional; a humanização das UTIs, envolvendo pacientes, familiares e equipes; fomenta a pesquisa; valoriza os princípios éticos e bioéticos e tem o compromisso com a responsabilidade social e defesa da assistência universal nas questões de saúde".

Serviço:Projeto: PL 6367/2005

Autor: Deputado Rafael Guerra (PSDB/MG)

Relator: Deputado Eduardo Seabra (PTB/AP)

Posição do Movimento Médico: Favorável

Para acessar: http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=309455

Proposta da chapa "AMIB para o Futuro"


De 20 a 28 de Setembro no site da AMIB
Como participantes ativos da gestão (2008-2009) da AMIB, antes de apresentar as propostas da chapa, não poderíamos deixar de destacar o trabalho ao Dr. Álvaro Réa-Neto como presidente da entidade, que implementou várias mudanças, dentre as quais destacamos a publicação do Novo Estatuto, a profissionalização interna da AMIB e o fortalecimento dos congressos anuais, organizados diretamente pela AMIB.A seguir apresento as propostas da chapa.

1. Maior suporte às regionaisA principal proposta para os próximos dois anos é dar maior suporte às regionais. Com a AMIB fortalecida podemos beneficiar e trabalhar para que as regionais também se beneficiem. Essa atuação será feita de forma customizada, uma vez que as necessidades de cada regional são distintas, merecendo atenção e ações diferenciadas.
2. Valorização do IntensivistaEstamos no meio de uma ação inédita de valorização do intensivista, a campanha "Orgulho de Ser Intensivista". A manutenção desta campanha precisa ser feita de forma contínua e com os aperfeiçoamentos necessários para que o papel e atuação do intensivista possam ser efetivamente valorizados.
3. Aprimoramento da formação do médico intensivistaDurante a atual gestão foi definido um novo programa de treinamento baseado em competências. A tarefa seguinte será o acompanhamento e implementação desta nova maneira de formar nossos especialistas, em todas as regiões do país. Precisamos descentralizar as oportunidades de formação do intensivista. Desta forma diminuiu-se a necessidade de deslocamento para os grandes centros, melhorando o acesso dos profissionais aos cursos de aprimoramento e formação em sua própria região. Queremos estreitar, ainda mais, o relacionamento com os centros formadores para que eles também se tornem referência.
4. Estreitar relações institucionais A AMIB está numa fase em que precisa incrementar as relações com o governo e com outras entidades como a AMB no Brasil e as principais sociedades de terapia intensiva da América Latina, Estados Unidos e Europa. Vamos reforçar o trabalho de integração com outras instituições para viabilizar parcerias e alinhavar políticas públicas.
5. Incrementar a oferta de serviços ao associadoNosso desafio será aumentar a oferta de vantagens aos associados da AMIB, proporcionando benefícios exclusivos aos intensivistas. Por meio do nosso site vamos apostar em novas ferramentas, como disponibilizar um maior número de publicações como livros e revistas disponíveis para consulta. A ideia é fazer com que nosso portal seja mais que uma canal de educação continuada, mas de constante fonte de informações que auxiliem o intensivista em seu dia a dia.
6. Aprimoramento da gestão técnico-administrativa da AMIBVamos seguir apostando na profissionalização interna da AMIB, investindo em treinamentos e na qualidade da gestão para que possamos contar, cada vez mais, com uma equipe sintonizada com as necessidades da nossa categoria e do mercado. O primeiro passo já foi dado pela Diretoria Executiva atual, mas ainda temos muito trabalho pela frente.
7. RBTI na Pub MédA Pub Méd é a referência das publicações científicas. Nos últimos dois anos foi feito um trabalho importante de qualificação da revista. Nesta gestão a RBTI se tornou bilíngüe e queremos dar continuidade neste processo de desenvolvimento e reputação da nossa publicação. Queremos submetê-la para que se torne referência, ganhando cada vez mais em visibilidade e credibilidade.
8. Fomentar o desenvolvimento científico e rede de pesquisaA AMIB precisa ser o principal catalisador científico e grande fomentador de pesquisas dentro da área de terapia intensiva no Brasil. Já tivemos alguns avanços significativos nesta área, como a realização do fórum de pesquisa do Fundo AMIB, publicação das recomendações para o tratamento de pacientes graves com infecção pelo vírus H1N1 e a idealização de um congresso de cunho mais científico, mas podemos avançar muito mais e atrair os intensivistas que tenham importante atuação no campo científico e das pesquisas.Atualmente nossa rede de pesquisas está em fase de implementação, sendo constituída nos moldes da rede de pesquisa canadense. Esta iniciativa será priorizada em nossa gestão.
9. Ampliar a participação dos pediatrias e neonatologistas no cotidiano da AMIB Vamos ampliar a participação destes profissionais na AMIB e trabalhar por uma regulamentação para a formação do neonatologistas que atual em terapia intensiva. Não queremos que eles se vejam como um departamento a parte, queremos a participação ativa destes profissionais nos diferentes comitês da entidade.Vamos trabalhar pela uma regulamentação da formação do neonatologista intensivista e do título de especialista de neonatologia em medicina intensiva, em continuidade as ações da gestão atual. Neste ponto temos contado com a atuação do Dr. Werther Brunow de Carvalho, que está muito empenhado em aumentar a participação dos pediatrias e neonatologias na AMIB.
10. Aumentar o espaço de atuação das especialidades não médicasContinuar o trabalho desta diretoria executiva aumentando o espaço de atuação das especialidades não médicas, criando condições para que eles possam agregar os profissionais e aumentar o intercâmbio com as sociedades mãe de suas especialidades como enfermagem, fisioterapia, psicologia e assim sucessivamente.Promover a realização de fórum científicos em diferentes cidades, sempre sem custo para os associados, pois esta idéia implementada nesta gestão tem dado ótimos resultados.
Saiba mais sobre o candidato a Diretor Presidente da chapa "AMIB para o Futuro"
Dr. Ederlon Alves de Carvalho Rezende - 43 anos
Diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira
Especialista em Medicina Intensiva pela AMIB-AMB
Especialista em Cardiologia pela SBC-AMBMédico pela Universidade Federal do Pará - UFPA
Vida Associativa
Primeiro Secretário da Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB biênio 2008-2009
Presidente do XIV Congresso Brasileiro de Medicina IntensivaSegundo Secretário SOPATI biênio 2007-2008